Cara, às vezes, ouvindo e lendo as coisas penso que em alguma medida estamos retornando ao positivismo. Porque, pensando bem, quando eu digo que um conceito possui um valor intrínseco de alguma forma eu concordo que o pensamento e a realidade concreta estão estancados e não se relacionam. De outro lado, quando vejo afirmações de que só que vive uma situação é capaz de compreendê-la ou construir conceitos sobre as determinadas circunstâncias, o que está sendo dito é que as ideias são idênticas a prática reais e concretas. A meu ver, esses dois polos são deterministas: o 1º) elege a ciência como algo inefável e religioso; o 2º) torna a ciência desnecessária. Bom, não onde isso vai levar. Mas eu não compreendo. Florestan Fernandes escreveu sobre a questão social e, especificamente, a (des)integração do negro na sociedade de classes e ele não era negro. Se há algo que não será compreendido por outra pessoa é a experiência que lhe é alheia, porém, é possível analisar o racismo, a violência contra mulher, a homofobia. Bem, sou estudante e penso que devo escolher um lado para lutar. Vou sempre me posicionar ao lado dos "de baixo"... Bem, nem tudo é opinião. Imagine se alguém admite um posicionamento político progressista em relação as exclusões e opressões e, nesse sentido, levanta e analisa dados de segunda ordem, produz dados de primeira ordem... faz entrevistas, grupos focais, pesquisa participante apesar de não possuir práticas identitárias semelhantes aqueles sujeitos sua pesquisa deve ser considerada, deve passar pelo crivo da crítica e se for o caso admita como relevante. Não é mesmo? Bom, é de suma importância que pesquisas sobre grupos oprimidos, excluídos e violentados tenham como principais sujeitos pesquisadores as próprias vítimas de exclusão. Porém, penso que, em razão da exclusão tais temas devem ser pautados por todos para que não sejam secundarizados ou esquecidos, ou reservados para minorias e, mais uma vez, excluindo os oprimidos de outros debates. Cara. Sei lá.
Não é, deveria ser, mas é outra coisa.
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