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Solidão

Até então não entendia o que queria dizer , quando alguém falava de solidão. Sempre imaginei que este estado de espírito arrebatava as pessoas do seu cotidiano e as lançava em um status pleno de amargura e dor. Mas isso só podia ser coisa de solidão imaginada, jamais sentida. Por esses dias posso ver, sentir e ouvir como quando descobri que a ingenuidade não sobreviveria ao caudaloso e frívolo pântano em que nos metemos. Chamamos isso de cotidiano... Ingenuidade, á ingenuidade! Em seu nome tomei palavras e cuspi sangue. Mas que azar o meu só tropeçar aos vinte e poucos anos com Brecht e sua desconfiança dialética. Solidão, longe do que os cantores de modinhas dizem não significa estar sozinho. Embora, sozinho signifique apenas isso! Minha solidão é de outra natureza, se é que há natureza nisso. Falo da solidão do trabalho. Vejo neste trabalho algo que me distancia de tudo o que já vivi e, ao mesmo tempo, me relaciono comigo e com o mundo de uma forma que nem pude imaginar. Solidão é perceber que sua existência está sobre a tênue e, inequívoca, relação entre a descoberta e a frustração, entre o acaso e a causalidade. Quando escrevo posso sentir em cada sílaba à história da minha classe para a qual o conhecimento é um desafio mordaz que custa lágrimas, sangue e dor! Dor por lidar com noções pressupostas, mas que nunca sequer vaguearam em sua mente, sangue porque viver é o pressuposto de tudo, e lágrimas pela angústia. Solidão, enfim, é não recuar ainda que as determinações que se impõe façam das lágrimas a mais cabal das provas... Solidão é não poder recorrer a ninguém. Escrever é açoitar o cérebro, cada palavra são as reminiscências de algo que não mias volta... Está feito, crivada pela solidão de quem se metera a forjá-las, de quem ousou procurá-las...

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